Fenaban quer reduzir a PLR dos bancários
Apesar dos cinco maiores bancos do país terem lucrado mais de R$ 30 bilhões somente no primeiro semestre deste ano, na negociação que aconteceu na manhã de hoje entre a CONTEC e a Fenaban, os banqueiros manifestaram a intenção de diminuir a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) dos bancários.
Mesmo com a pandemia que assolou o mundo, o setor continuou apresentando lucros significativos graças ao esforço da categoria, que, apesar das adversidades, continuou trabalhando com afinco para cumprir as pesadas metas que continuaram a ser impostas pelos bancos, como se uma grave crise econômica e de saúde não tivesse atingido o país.
Para justificar a proposta da PLR completamente abaixo das expectativas, a Fenaban alegou a queda na rentabilidade das instituições financeiras e que as ações dos bancos ainda não se recuperaram das perdas na bolsa de valores, ao contrário de outros setores.
A queda no lucro dos bancos, aliada às mudanças nas regras da PLR propostas pela Fenaban, apontam para uma diminuição de mais de 40% no valor da PLR, segundo projeções preliminares. Além de um retrocesso, é inadmissível a redução da PLR dos trabalhadores do setor que mais lucra no Brasil.
Compare abaixo o modelo atual da PLR com a nova proposta da Fenaban:
MODELO ATUAL
Regra básica: 90% do salário + R$ 2.457,29, limitado a R$ 13.182,18
Caso o valor não atinja 5% do lucro líquido do exercício, o mesmo deve ser majorado até atingir esse percentual, limitado individualmente a 2,2 salários ou ao valor de R$ 29.000,77, o que ocorrer primeiro. Os valores poderão ser compensados dos programas próprios de remuneração.
Parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido pelo número de empregados elegíveis, com limite individual de R$ 4.914,59. Os valores não poderão ser compensados dos programas próprios de remuneração.
PROPOSTA DA FENABAN
Regra básica: 72% do salário + R$ 1.965,83, limitado a R$ 10.545,74
Caso o valor não atinja 5% do lucro líquido do exercício, o mesmo deve ser majorado até atingir esse percentual, limitado individualmente a 2,0 salários ou ao valor de R$ 23.200,61, o que ocorrer primeiro. Os valores DEVERÃO ser compensados dos programas próprios de remuneração.
Parcela adicional: 2,0% do lucro líquido dividido pelo número de empregados elegíveis, com limite individual de R$ 3.931,67. Os valores DEVERÃO ser compensados dos programas próprios de remuneração.
Além de frustrar os bancários com a proposta da PLR rebaixada, a Fenaban também negou várias reivindicações que fazem parte das cláusulas econômicas, como o reembolso integral das mensalidades de cursos de graduação, pós-graduação, certificações e especializações, gratificação semestral de um salário, adicional de fronteira, incorporação de função após 10 anos e isenção de tarifas e cobrança de juros inferiores a 1% dos funcionários.
Na próxima quinta-feira (20/08) acontecerá mais uma rodada de negociações com a Fenaban para dar continuidade as discussões das cláusulas econômicas e também para retomar os debates sobre a PLR.
É hora de mobilização!!!