Covid-19: Banco do Brasil se recusa a alterar protocolos de segurança
Foi com muita frustração que os dirigentes da CONTEC saíram da reunião desta quinta-feira (13) com o Banco do Brasil, pois após os sindicatos apresentarem uma série de reivindicações para prevenir o contágio e preservar a saúde dos funcionários, o banco se recusou a atender os pedidos das entidades.
Assim que o BB alterou o manual de segurança contra a Covid-19, a CONTEC procurou o banco e solicitou o agendamento de uma reunião para tratar exclusivamente do assunto e somente nesta semana que a empresa concordou em realizar a reunião.
Diante do número cada vez maior de casos de contaminação, não só pela Covid-19, mas também pela variante H3N2 do Influenza nos locais de trabalho, a CONTEC apresentou uma série de reivindicações aos representantes do banco, como a limitação da entrada de clientes nas agências, testagem de todos os funcionários nos locais onde houver casos positivos, fechamento de agências para sanitização, ampliação do atendimento pela telemedicina, redução do horário de atendimento das agências, suspensão das visitas, retorno do home office e não vacinados nos locais de trabalho.
Após ouvir os argumentos a respeito de todos os itens apresentados, o Banco do Brasil afirmou reconhecer que a variante Ômicron é mais contagiosa, porém com menor letalidade e que as decisões da empresa são sempre pautadas por informações dos órgãos de saúde e que se os funcionários cumprirem rigorosamente os protocolos de uso de máscara, álcool gel e distanciamento, o ambiente de trabalho torna-se seguro para as atividades de cada um. Esses argumentos foram rechaçados pelos representantes da CONTEC, pois a cada dia novos casos surgem e o número de afastamentos já é bastante significativo.
Sobre a redução do horário de funcionamento e limitação da entrada de clientes nas unidades, o BB salientou que os assuntos dependem de entendimentos com a Febraban, apesar do negociador do banco ser lembrado de que os bancos foram liberados no final do ano passado para retornarem ao horário normal quando bem quisessem.
O Banco do Brasil entende que a testagem não é tão importante agora como foi no início da pandemia, já que em 2020 pouco se sabia sobre o vírus e suas variantes e também devido ao fato de que os programas de vacinação ainda nem haviam sido iniciados.
O banco também reconhece que o tempo de espera pelo atendimento pela telemedicina dos planos de saúde dos funcionários está muito grande, porém argumentou que a demanda está bem acima da média e que o BB tem conversado bastante com a CASSI para encontrar soluções para o problema.
A CONTEC insistiu para que fossem suspensas as visitas aos clientes, pois os gerentes são expostos ainda mais ao contágio com a prática, já que não se sabe se as empresas que serão visitadas adotam controles rígidos de prevenção. Sobre este assunto, o banco salientou que o manual vigente excluiu o item que orientava a suspensão dos atendimentos presenciais nas agências e que, portanto, tanto o atendimento presencial como as visitas estavam liberadas. Ainda de acordo com o banco, se forem mantidos os protocolos de segurança, o risco de contágio será mínimo. O banco também descartou o retorno do home office.
O BB também não vê mais necessidade de fazer a sanitização e nem fechar os locais onde foram detectados casos positivos, sob o argumento de que agora já está provado pela ciência que água, sabão e álcool gel são suficientes para eliminar o vírus da superfície de móveis, objetos e do corpo das pessoas.
Como a legislação brasileira não obriga os não vacinados a apresentarem cartão de vacinação para trabalharem, o BB nada pode fazer nesses casos a não ser fazer campanhas de incentivo à vacinação. Foi cobrado do banco mais rigor com esses funcionários e também para o cumprimento irrestrito das medidas de segurança.
Outra questão abordada na reunião foi a antecipação da campanha de vacinação contra a gripe Influenza. Segundo o BB, trata-se de uma campanha coordenada pela Fenaban, já que envolve uma grande logística e também um número grande de pessoas a serem vacinadas, inviabilizando assim uma campanha isolada da empresa, além do fato de ser necessário todo um processo de licitação por ser o Banco do Brasil uma empresa pública.
Finalizando a reunião, a CONTEC voltou a afirmar que as reivindicações apresentadas, se adotadas, preservarão a saúde de milhares de bancários em todo o país e cobrou do banco uma nova avaliação das propostas, para que as medidas em vigor sejam revistas.
Rogério Marques, diretor do sindicato, participou da reunião com o Banco do Brasil.