COE CONTEC/Santander debate fechamento de agências, plano de saúde e mudanças estruturais no banco

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) CONTEC/Santander realizou, nesta quarta-feira (15/10), uma reunião ampliada na sede da Federação dos Bancários de SP e MS, reunindo dirigentes sindicais de diversas regiões do país. O diretor do Sindicato Denizar Paixão (Batata) participou do encontro.

O objetivo foi discutir mudanças estruturais e estratégicas em curso no Santander, que vêm gerando apreensão entre os trabalhadores, especialmente diante do fechamento de agências, demissões, alterações nas metas de produtividade e problemas no plano de saúde.

Mobilização e defesa dos direitos

O presidente da Federação dos Bancários de AL/PE/RN e coordenador da COE CONTEC/Santander, Luiz Gustavo Walfrido, reforçou a importância da unidade e da mobilização sindical em um momento de transformações profundas no banco.

“É fundamental que o Santander compreenda que não se pode promover mudanças estruturais sem diálogo. Estamos aqui para defender o emprego, os direitos e a dignidade dos trabalhadores. A unidade das federações e sindicatos de todo o Brasil é a nossa maior força”, afirmou Walfrido.

Durante a reunião, a COE apresentou uma série de questionamentos sobre o anúncio de fechamento de agências. Os representantes do banco explicaram que, sempre que possível, têm buscado reaproveitar os trabalhadores em outras áreas, sobretudo em razão do avanço da digitalização. O Santander argumentou que o movimento de redução de unidades é uma tendência do setor bancário, mas garantiu que continuará operando com rede física de atendimento.

Plano de saúde e atendimento precário

Os sindicalistas também manifestaram insatisfação com o plano de saúde da Unimed, relatando descredenciamentos de clínicas e hospitais e queda na qualidade do atendimento. O banco reconheceu a necessidade de melhorias e solicitou que as entidades enviem listas de prestadores descredenciados para que possa acionar a operadora e reforçar a fiscalização.

Metas, produtividade e remuneração variável

Outro ponto que gerou debate foi a alteração de metas no meio do mês, prática que vem sendo denunciada por bancários em diversas regiões. O Santander negou que se trate de uma orientação institucional e atribuiu os casos a situações pontuais. Ainda assim, a COE reiterou a necessidade de estabilidade nas métricas de avaliação e regras claras de produtividade.

Também foi discutida a situação dos dirigentes sindicais lotados em agências, que têm enfrentado prejuízos na remuneração variável. O banco se comprometeu a analisar os casos apresentados e corrigir eventuais distorções.

CCP, homologações e terceirização

A COE cobrou ainda a renovação do convênio de CCP (Comissão de Conciliação Prévia), ressaltando que o banco vem realizando acordos extrajudiciais diretamente com trabalhadores desligados, sem a participação dos sindicatos. O Santander informou que o tema segue em análise interna e prometeu um retorno em breve.

Sobre as homologações presenciais, o banco reafirmou que não pretende retomar o procedimento, por não integrar sua política atual. Também foi questionada a migração de bancários para a empresa TOL, situação que o Santander classificou como pontual e não recorrente.

Representação e fortalecimento sindical

O presidente da CONTEC, Lourenço Prado, defendeu o fortalecimento da representação sindical e a necessidade de tornar as reuniões da COE mais objetivas e produtivas.

Lourenço ressaltou que o Santander é dono de diversas empresas criadas exclusivamente para prestar serviços ao próprio banco, e que os empregados dessas empresas devem ser representados pelos Sindicatos dos Bancários, e não pelo Sindicato dos Empregados dos Agentes Autônomos do Comércio.

Ele alertou ainda que as reuniões das COE’s precisam se tornar mais efetivas, sob pena de serem extintas, como já defende a Fenaban.

Compromisso com o diálogo

Ao final do encontro, a COE CONTEC/Santander reafirmou sua disposição em manter o diálogo com o banco, com foco na defesa do emprego, na valorização dos trabalhadores e na garantia de condições dignas de trabalho.

Por Leidiane Silveira – CONTEC