Negociação Banco do Brasil: Banco diz “NÃO” à maioria das reivindicações e ainda sinaliza para retirada de direitos

Nesta terça-feira (02/08) aconteceu a quarta rodada de negociações da Campanha Salarial 2022 entre a CONTEC e o Banco do Brasil. Rogério Marques, diretor do sindicato, participou do encontro, que foi realizado de forma virtual.

Na reunião de hoje foram debatidas treze cláusulas da pauta e o banco não atendeu a maioria dos pedidos.

A CONTEC propôs ao banco a renovação do atual Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) até que o novo instrumento seja assinado, pois nas últimas campanhas o BB apresentou propostas muito próximas da data do fim acordo (31/08), não sendo possível a análise e o debate de maneira aprofundada a respeito do teor das mesmas. O banco não atendeu ao pedido, alegando que confia no fechamento do acordo até o final do mês.

Sobre as cláusulas que tratam do reajuste salarial e da gratificação de função, o Banco do Brasil afirmou que, por se tratarem de questões econômicas, aguardará o que for definido na mesa de negociações da Fenaban.

A Remuneração Avançada também foi debatida com o banco na reunião de hoje. A CONTEC reivindicou a continuidade do pagamento da Remuneração Avançada, como também a revisão das alterações realizadas no plano de cargos e salários. A redução do VR tem reflexos não só no salário, mas também na pontuação da carreira de mérito. Segundo o banco, a redução da remuneração foi uma adequação aos valores praticados pelo mercado e não houve perda para quem já estava no Módulo Avançado. A prática do banco desestimula a concorrência aos cargos, pois há aumento na responsabilidade sem a contrapartida salarial.

No ano passado, o Banco do Brasil extinguiu a gratificação de caixa e passou a remunerar de acordo com os dias trabalhados na função. Para garantir a manutenção da gratificação mensal, ações foram ajuizadas na Justiça do Trabalho. A CONTEC reivindicou a manutenção da gratificação de caixa aos funcionários que já exerciam a função de maneira efetiva, porém o banco novamente negou o pedido, pelo fato da questão já estar sob judice. O BB alegou também que a demanda pelos serviços no caixa diminuiu bastante e que por isso, não vislumbra a necessidade de manter o mesmo contingente. A decisão arbitrária do banco em extinguir a remuneração mensal da gratificação deixou os funcionários aflitos, pois implicaria em significativa queda na remuneração. Faltou ao banco um olhar mais humano antes da iniciativa.

A equiparação salarial dos gerentes de serviço e gerentes de relacionamento foi também reivindicada ao BB. O gerente de serviços também tem metas pela venda de produtos e nada mais justo que tenha a remuneração equiparada ao gerente de relacionamento. O Banco do Brasil reconhece que em alguns momentos as atividades são iguais, mas ressaltou que o gerente de relacionamento tem uma carteira de clientes para administrar, diferente do gerente de serviços, que tem o módulo de atendimento e o grupo negocial. A comissão de negociação do banco não aceitou o pedido, porém irá levar as ponderações da CONTEC ao conselho diretor para análise.

Se já não bastasse a recusa do BB em atender aos pedidos dos representantes dos funcionários, o banco sinalizou que pretende retirar do ACT a cláusula que trata do pagamento da média da remuneração das funções exercidas, quando no pagamento das férias. O banco quer aplicar o artigo 142 da CLT, que prevê o pagamento pela remuneração recebida na data da concessão. Esta cláusula consta no ACT há bastante tempo e a CONTEC deixou claro na reunião que não aceitará a retirada desta conquista. Diante do impasse, a conversa sobre o tema foi encerrada e voltará ao debate nas próximas reuniões.

A dispensa de função decorrente de avaliação de desempenho funcional é outra conquista histórica dos funcionários do Banco do Brasil que a empresa quer alterar. Atualmente, para haver a dispensa por desempenho, são necessários três ciclos de avaliação consecutivos de GDP com desempenhos insatisfatórios. O banco propôs a redução para apenas um ciclo. A CONTEC rechaçou a proposta do banco e afirmou que, ao contrário do que quer o BB, o acordo deveria era ampliar os beneficiados. A alteração, como quer o banco, é um retrocesso inadmissível.

Finalizando a reunião, o Banco do Brasil concordou em renovar as cláusulas que tratam da Gratificação de Caixa, Negociação Permanente e Solução de Divergências, Sindicalização e Quadro de Avisos.

A próxima reunião acontece na quinta-feira (04/08) no período da tarde.