Em negociação, CONTEC e Caixa debatem sobre jornada de pais de PCD’s

A Comissão de Negociação CONTEC/Caixa esteve reunida nesta quinta-feira (17) para debater a jornada de trabalho dos empregados que possuem filhos ou dependentes com deficiência e Transtorno do Espectro Autista. As discussões iniciadas em abril, estão focadas na melhoria e aprimoramento das condições de trabalho para os funcionários que se enquadram nessa condição. A CONTEC cobra avanços nessa pauta e a discussão deve ser ampliada em uma nova reunião a ser marcada.

Para a CONTEC e os empregados representados, a proposta deve incluir:

  • Flexibilização da Jornada de Trabalho com compensação em até 8 meses.
  • APIP em horas: Uso do APIP (ausência permitida por interesse particular) fracionado em horas, proporcionando mais flexibilidade.

Já a representante da Caixa, Mychelly Rodrigues Braga, apresentou a seguinte proposta:

  • Priorização do Trabalho Remoto: Já existente em unidades compatíveis, com análise individual para viabilizar essa modalidade em casos específicos.
  • Flexibilização da Jornada de Trabalho: Permite que o empregado ajuste seu horário de entrada e saída, compensando as horas posteriormente.
  • Redução da jornada sem redução da remuneração: Possibilidade de reduzir a jornada em até 15% para empregados de 6 ou 8 horas, especialmente em dias de tratamento médico dos dependentes.

O coordenador da mesa de negociação CONTEC/Caixa, Marcelo Pizzo, destaca avanços importantes na proposta apresentada pela Caixa. Entre eles, a concessão de 15% na jornada sem redução de salário para os dias em que os filhos precisarem de tratamento. “Essa flexibilização é interessante, pois permitiria, por exemplo, que um empregado inicie sua jornada ao meio-dia, caso precise acompanhar seu filho pela manhã”, pontuou.  No entanto, Marcelo questionou a eficácia da compensação de horas em até oito meses, considerando que os pais de PCD’s e TEA’s enfrentam desafios constantes com internações e tratamentos.

A CONTEC destacou a pequena redução percentual na jornada. A argumentação é de que, para os empregados com jornada de 8 horas, os 15% não representarão um benefício significativo, especialmente em grandes centros urbanos, onde o trânsito pode consumir boa parte do tempo economizado. Em cidades do interior do país, a situação é ainda mais complicada, pois muitas vezes os empregados precisam se deslocar para outras cidades para buscar tratamento.

Encaminhamentos

A Caixa  propôs a elaboração de uma nova proposta pelo banco a partir das considerações da CONTEC e sugeriu agendar uma nova reunião com data a ser definida brevemente. A CONTEC concordou com a sugestão e aguarda a divulgação da data da próxima reunião. A reunião foi encerrada com o compromisso de ambas as partes em continuar as discussões e buscar soluções que atendam às necessidades dos trabalhadores com dependentes PCD/TEA.

Participantes

Pela CONTEC:

Carlos Castro – Advocef
João Ricardo – Fenag
Pedro Sérgio dos Santos Barbosa (Pepô) – Fenag
Mauro Sérgio Moreira – Seeb Ribeirão Preto
Marcelo Pizzo – Seeb Varginha
Alessandra de Paula Carvalho – Sintec TO
Luciano Macedo – Aneac
Mizaki Toshio Mitiue – Seeb Jaú
Sidney Magno de Oliveira Viana

Pela Caixa:

Andrea Correa Ribeiro Teixeira
Eliane Maria Ferreira Paulino
Karen Krsna Peres Barbosa
Mychelly Rodrigues Braga
Maria Flaria Tolentino Rezende
Antonio Rubens Lopes Bonfim
Jaques Bernardi

Fonte: CONTEC