Negociação com o Banco do Brasil: BB limita-se a ouvir ponderações e argumentações da CONTEC

Na negociação que aconteceu na tarde desta segunda-feira (24/08) entre a CONTEC e o Banco do Brasil, havia a expectativa dos funcionários de que o banco trouxesse respostas e propostas para as reivindicações dos trabalhadores, pois a vigência do atual Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) está chegando ao fim.

Infelizmente não foi isso que aconteceu. O BB se limitou a ouvir as argumentações dos negociadores da CONTEC a respeito das cláusulas que haviam ficado pendentes de reuniões anteriores e se comprometeu a levar essas considerações ao conhecimento das áreas gestoras competentes.

A CONTEC comunicou ao banco que não aceita retirada de direitos dos funcionários, pois as propostas do banco apresentadas até agora nas negociações apontam para um retrocesso, indo na contramão do que almejam os quase cem mil trabalhadores da instituição.

O fim dos três ciclos avaliatórios na GDP como requisito para perda de função, assim como a proibição em acumular e converter as faltas abonadas foram rejeitadas com veemência pela CONTEC, que reiterou que essas duas propostas do banco foram muito mal recebidas pelos funcionários, gerando uma grande insatisfação e indignação.

Com relação às folgas da Justiça Eleitoral, a CONTEC entende como importante a extensão do prazo para o gozo das folgas, mas argumentou que a legislação não estabelece um prazo máximo para a utilização das folgas e que por isso defende que a data do gozo das folgas seja estabelecida pelo próprio funcionário, sem a fixação de um período máximo para utilização.

Sobre as homologações nos sindicatos, os representantes dos funcionários argumentaram que a medida é benéfica tanto para o banco como para o funcionário, pois o sindicato passa a ser o responsável pela conferência do termo, apontando qualquer divergência nos valores, evitando-se assim a demanda de ações judiciais futuras.

A CONTEC também deixou claro para o BB que não aceita a retirada do intervalo de dez minutos de descanso para os atendentes das salas de autoatendimento. Longos períodos em pé poderão ocasionar no futuro sérios problemas de saúde para os que trabalham nesses locais. Retirar esse direito caracterizará outro grande retrocesso, pois o BB é um dos únicos bancos que concedem este intervalo para descanso e mostrará o descaso da área de gestão de pessoas da empresa com seus funcionários.

O Banco do Brasil quer se fazer valer de uma prerrogativa que a reforma trabalhista trouxe para os empregadores, que é a possibilidade de negociar acordos separados para os trabalhadores considerados hipersuficientes, que são aqueles que possuem escolaridade de nível superior e que recebem remuneração superior a duas vezes o teto do INSS (R$ 12.202,12). Isso é inaceitável, pois quebra o princípio da isonomia e fragiliza o funcionário que terá que negociar termos do acordo separadamente. Se o Banco do Brasil valoriza o processo negocial como diz, deve fazer valer o acordo para todos, sem distinção.

Ao final da reunião os representantes do banco reiteraram que as questões econômicas só serão discutidas após o posicionamento da mesa única da Fenaban.

O diretor do sindicato e funcionário do BB Rogério Marques participou da reunião, acompanhando da também diretora Célia Damas

A campanha salarial está em uma semana decisiva. Temos que continuar pressionando os bancos nas redes sociais através das hashtags:

#QueroPropostaDecente

#NenhumDireitoAMenos

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