Reestruturação no Banco do Brasil pretende eliminar 5 mil postos de trabalho

Na manhã desta segunda-feira (11) os funcionários do Banco do Brasil foram surpreendidos com o anúncio de uma reestruturação que trouxe muita apreensão, incertezas e angústias.

O plano do BB é fechar 361 agências, transformar 243 unidades em PA’s, criar 145 lojas BB focadas no assessoramento (sem serviço de caixas), relocalizar 85 agências, transformar 8 PA’s em agências, criar 14 escritórios digitais leves (clientes 100% digitais) e 14 agências especializadas agro (276 novas carteiras).

O banco também implementou dois planos de desligamento voluntários com regulamentos próprios: O PAQ (Programa de Adequação de Quadros) e PDE (Programa de Desligamento Extraordinário). O banco pretende desligar cerca de cinco mil funcionários com esta medida.

Outro ponto da reestruturação muito polêmica é a mudança na remuneração dos caixas. Os caixas atuarão somente sob demanda, ou seja, só receberão a gratificação de caixa proporcionalmente aos dias em que exercerem a função e não mais de forma permanente.

Assim que tomou conhecimento da reestruturação, a CONTEC reuniu-se no início da tarde de hoje com o banco para saber mais detalhes das medidas e seus impactos na vida dos funcionários. O diretor do sindicato Rogério Marques participou do encontro.

Os representantes da CONTEC registraram seu repúdio com a intenção do banco em deixar de pagar de forma permanente a gratificação de caixa, com as transferências compulsórias que poderão ocorrer em virtude da reestruturação e também pelo fato do Banco do Brasil não negociar previamente as mudanças com o movimento sindical. O objetivo do Banco do Brasil com a reestruturação é reduzir custos a qualquer custo, sacrificando os funcionários.

Para piorar ainda mais, os representantes do banco afirmaram que os caixas não farão jus ao “esmolão” por quatro meses como os demais comissionados, pois a empresa alega que os caixas recebem uma gratificação pela função e não uma comissão. A CONTEC lembrou o banco que em reestruturações passadas os caixas que perderam a função receberam a gratificação por um período após o descomissionamento. Os representantes dos funcionários insistiram junto ao banco para que reveja esta decisão.

O sindicato orienta os funcionários para que não tomem nenhuma atitude por enquanto e que o departamento jurídico da entidade, assim como o da CONTEC, está avaliando a tomada de medidas judiciais cabíveis.

Quanto às adesões ao PAQ e ao PDE, o funcionário deve avaliar com bastante serenidade e calma sua situação, fazer as simulações disponíveis e tomar a decisão sem qualquer tipo de pressão, pois a adesão é voluntária.

Nesta terça-feira (12) os dirigentes sindicais da Federação dos Bancários de SP e MS se reunirão para avaliar a reestruturação e seus desdobramentos.