Sindicatos cobram do BB suspensão de medidas da reestruturação
A CONTEC reuniu-se com o Banco do Brasil na manhã desta quinta-feira (14) e cobrou do banco a suspensão de várias medidas da reestruturação que prejudicam os funcionários. O diretor do sindicato Rogério Marques participou da reunião.
No início da reunião, a CONTEC protestou contra a reestruturação anunciada pelo banco na segunda-feira (11) sem uma negociação prévia com os sindicatos, descumprindo a Convenção Coletiva de Trabalho, que estabelece negociação prévia para questões pertinentes às relações trabalhistas. Os representantes do BB, de maneira equivocada, entendem que neste caso não havia a necessidade de negociação prévia, já que a reestruturação, na visão do banco, altera somente a estrutura organizacional e o ambiente de negócios.
Os representantes dos funcionários afirmaram então que reconhecem a necessidade de implantação de inovações tecnológicas e estratégicas para que a empresa continue forte e competitiva no mercado, mas por outro lado, entendem que tais mudanças não implicam necessariamente na retirada de direitos e que há bastante espaço para negociar alterações na reestruturação, sem prejudicar os funcionários e clientes da instituição.
FIM DA GRATIFICAÇÃO PERMANENTE PARA OS CAIXAS
A CONTEC novamente reivindicou ao banco que reveja sua posição em retirar a gratificação permanente para os caixas, pois não se justifica a retirada se os caixas continuarão a existir na estrutura organizacional da empresa. A história dos caixas no Banco do Brasil se confunde com a própria história de mais de duzentos anos do banco e merece respeito, principalmente porque exerceram e continuam exercendo seu trabalho com grande competência, mesmo durante a maior crise de saúde do país. Se tudo isso já não bastasse, há ainda os compromissos financeiros já assumidos e que sofrerão um grande impacto com a perda na renda.
Para esta questão, a CONTEC apontou duas alternativas para o BB: Suspender a retirada da gratificação até que se encontre uma alternativa via negociação ou permanecer com a gratificação permanente para quem já se encontra hoje recebendo o valor e aplicar a alteração daqui para a frente. O Banco do Brasil vai avaliar a proposta e responder à demanda em breve.
TRANFERÊNCIAS COMPULSÓRIAS
Foi denunciado ao banco que alguns gestores estão coagindo funcionários a postarem concorrência para outras praças, inclusive quem se encontra em home office. O Banco do Brasil tem a expectativa de que não serão necessárias essas remoções devido ao fato da reestruturação criar muitas vagas nos Escritórios e também pelos desligamentos que irão ocorrer pelo PDE ou PAQ. Este assunto tem trazido muita apreensão aos funcionários.
Os negociadores do BB afirmaram que a empresa repudia qualquer pressão para postagem de concorrência e também para adesão aos programas de desligamento voluntário e que as denúncias devem ser encaminhadas pelos sindicatos para a DIPES, que tomará as providências cabíveis.
FECHAMENTO DE AGÊNCIAS
O Banco do Brasil é um importante agente financeiro em todo o país, principalmente em municípios pequenos do interior, sem contar que o banco desempenha papel importante no repasse de recursos oriundos de programas sociais e dos governos federal e estadual, sendo também o banco em que o pequeno produtor busca seu atendimento.
O fechamento de agências nessas localidades ou a transformação em PAA’s prejudicará bastante o atendimento da população, inclusive já gerando reclamações antecipadas de diversos prefeitos e câmaras municipais, preocupados com a perspectiva de falta de atendimento bancário em suas localidades.
A CONTEC entende que o banco precisa avaliar melhor esta decisão.
PLANO DE SAÚDE PARA OS FUNCIONÁRIOS EGRESSOS DA NOSSA CAIXA
O grande entrave para adesões ao PDE ou PAQ por parte dos funcionários egressos da Nossa Caixa é o plano de saúde na aposentadoria. A opção natural seria a migração para o Novo Feas ao se desligar da empresa, porém o plano está fechado para novas adesões.
A outra opção disponível é a migração para o Economus Futuro. O novo plano depende da adesão de 4 mil pessoas para operar e por ser autossustentável e com contribuições por faixa etária, sua mensalidade será muito cara, além da possibilidade de reajustes a cada três meses.
Em dezembro ocorreu a primeira reunião com o BB para debater o plano de saúde para funcionários incorporados, porém o assunto não evoluiu e também não houve até agora boa vontade de banco em retomar as discussões sobre o tema.
Questionado sobre o assunto, o BB limitou-se a responder que não há como alterar as regras com relação ao plano de saúde para quem se desligar por aposentadoria e que esta questão deve ser levada em consideração pelo funcionário na hora de optar pela adesão ao PDE ou PAQ.
HORAS NEGATIVAS
Foi reivindicado ao banco o abono das horas negativas para quem se desligar através do PDE/PAQ. O banco vai analisar a reivindicação.
ISONOMIA
A CONTEC afirmou que faltou isonomia de tratamento nos planos de desligamento da reestruturação, pois todos os funcionários deveriam ser elegíveis. Muitos funcionários reclamaram que desejavam sair, porém não puderam fazer a adesão por não serem público alvo do programa. O Banco do Brasil alegou que não faz parte da cultura da empresa lançar planos de demissão de forma regular e que seu foco é manter os talentos dentro da instituição.
MUDANÇA DE NOMENCLATURA
A mudança na nomenclatura de escriturário para agente de negócios suscitou muitas dúvidas com relação às atribuições da função. Segundo o banco, a mudança não alterará o contrato de trabalho e que a mudança é apenas para apresentação ao mercado.
Os representantes do Banco do Brasil se comprometeram a levar as considerações e reivindicações da CONTEC à governança do banco e que assim que tiver uma resposta para as demandas as enviará para a CONTEC.